Uma cooperativa de crédito com uma equipe alinhada funciona como uma engrenagem bem ajustada, trabalhando em harmonia, com eficiência e resultados. Mas o que acontece quando essa engrenagem não está ajustada? Decisões se atrasam, a energia se perde, e o time, desmotivado, entrega menos do que poderia.
Sou uma pessoa de negócios. E para entender de negócios é preciso entender de perfis comportamentais, não sou especialista na área, mas me cerco de profissionais que podem complementar essa análise e para que possamos potencializar o melhor em cada um. Aprendi ao longo dos anos que cada perfil possui características únicas que, quando bem aproveitadas, trazem melhores resultados e maior alegria no desempenho das atividades. Junto com especialistas da área, os diretores e gerentes podem maximizar os resultados de suas equipes.
Em uma abordagem simplificada, sabemos que para uma função comercial é necessário desenvolver competências relacionadas a foco em resultados, decisões rápidas, objetividade, comunicação assertiva, persuasão e habilidade de influenciar. Por outro lado, atribuições administrativas exigem consistência, suporte, paciência, atenção a detalhes, análise e respeito a normas. Há vários modelos de mapeamento de competências, sendo o DISC um dos mais utilizados, em diversos formatos ou variações.
Todos os perfis possuem suas forças, e cada cargo demanda mais de dois perfis predominantes. Por exemplo, equipes comerciais precisam de mais traços de Dominância e Influência, enquanto cargos que exigem planejamento demandam eStabilidade e Conformidade.
Benefícios de alinhar competências certas aos lugares certos (no tempo certo)
Ter pessoas com as competências ajustadas às suas funções traz impactos significativos para as cooperativas de crédito:
- Mais produtividade com menos esforço: quando os colaboradores atuam em áreas alinhadas aos seus perfis, as tarefas fluem naturalmente, consumindo menos energia.
- Menos desgaste e maior engajamento: equipes motivadas porque sentem que podem usar suas forças naturais no dia a dia.
- Resultados mais rápidos e eficientes: decisões assertivas, maior agilidade e atendimento de excelência que gera prosperidade para os cooperados e a cooperativa.
E se uma pessoa estiver atuando sem as competências ideais? O perfil é uma foto, contém traços naturais, mas também tem a influência do meio. Isso quer dizer que competências podem ser desenvolvidas, com força de vontade e muita dedicação. Terá que fazer muito mais esforço do que se seguir as atividades onde o seu talento natural se encontra, mas não é impossível.
Mapear os perfis das equipes é o primeiro passo, mas é essencial que o profissional tenha ciência do relatório, com feedbacks construtivos, elaborando um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) para aprimorar as competências essenciais no desenvolvimento da função.
Fazer o PDI é suficiente? Não. Sem um acompanhamento frequente e ajustes ao longo do tempo ele é inepto. É essencial atestar a evolução (ou não) das competências trabalhadas, e ter coragem de tomar decisão em tempo, para não comprometer os resultados do todo.
Outra questão fundamental é o tempo. Quanto se perde em uma decisão tardia? E em não oportunizar o ajuste? São dois aspectos extremamente relevantes, pois muitas vezes o colaborador não se desenvolve por falta de apontamentos. E em outros, é muito esforço e energia dispendidos em algo que não vai trazer a excelência desejada, e seria melhor remanejar para a área de afinidade.
Um exemplo: Um colaborador tem uma predileção por planejar todos os detalhes de cada atividade, está sempre atento aos riscos, é calmo e não gosta de discutir. Está alocado em uma posição comercial. Com isso, ele tem pouca objetividade e produtividade, visto que quer fazer tudo com perfeição. Faz negócios, mas não na velocidade necessária. São negócios bons, mas poucos ante a necessidade de sua função. No entanto, ele quer muito construir carreira nessa área, e estava fazendo o que achava que devia. Seu gestor acredita que deve dar uma chance a ela, pelo seu trabalho até então e prestatividade em aprender e se adequar (e também porque ele – seu gestor- nunca foi direto o suficiente para que o colaborador percebesse o que esperavam dele). Seu PDI deve focar no desenvolvimento de habilidades de comunicação e influência, assim como em desenvolver arrojo comercial, objetividade e tomada rápida de decisões. Deve ser feito um acompanhamento semanal por um período (que não pode ser longo) para entender se ele conseguirá superar desafios e se desenvolver as competências necessárias para a função. Em não conseguindo será melhor para ambos realoca-lo em uma área que exija mais atenção a detalhes e conformidade (como na área técnica de produtos), ou desliga-lo. Isso não só trará mais produtividade, mas o deixará mais feliz por trabalhar naquilo que é confortável a ele.
Conexão com o Propósito da Cooperativa
O alinhamento de pessoas com competências ajustas às funções, e no tempo certo, vai além da produtividade; ele fortalece o propósito da cooperativa de gerar prosperidade e agregar renda a seus associados, desenvolvendo a economia local com sustentabilidade. Uma equipe alinhada consegue:
- Entender os negócios dos cooperados com profundidade.
- Identificar oportunidades rapidamente.
- Oferecer soluções que sejam úteis e rentáveis, promovendo operações “ganha-ganha”.
Construir uma equipe alinhada, com as competências de cada cargo desenvolvidas não é apenas uma questão de produtividade. É uma estratégia de gestão que humaniza os processos, cria sinergia e transforma resultados. Invista no mapeamento, no feedback e no desenvolvimento contínuo da sua gente.
Equipes alinhadas transformam cooperativas, trazendo resultados financeiros e, mais importante, fortalecendo o propósito cooperativista de desenvolvimento compartilhado.
Na sua cooperativa, o PDI é uma constante ou uma obrigação de final de ano?